“Ora, assim como abundais em tudo: em fé, em palavra, em ciência, em todo o zelo, no vosso amor para conosco, vede que também nesta graça abundeis. Não digo isto como quem manda, mas para provar, mediante o zelo de outros, a sinceridade de vosso amor.” 2 Coríntios 8:7-8

Nesta passagem, o apóstolo Paulo exorta os crentes de Corinto a não apenas se destacarem em diversas virtudes espirituais, mas também a transbordarem em generosidade. Ele os lembra de que já possuíam um legado rico de qualidades admiráveis, e agora os convida a estender essa abundância para a prática da beneficência.

A primeira parte do versículo, “assim como abundais em tudo: em fé, em palavra, em ciência, em todo o zelo, no vosso amor para conosco”, é um reconhecimento e um elogio. Paulo lista uma série de dons e características onde a comunidade coríntia já demonstrava excelência. Eles tinham fé vibrante, eloquência na pregação da Palavra, conhecimento espiritual profundo, fervoroso zelo pelas coisas de Deus e um amor evidente por Paulo e seus companheiros de ministério. Essas qualidades representavam um fundamento sólido e um testemunho poderoso de sua vida em Cristo.

Com base nesse reconhecimento, Paulo faz um apelo: “vede que também nesta graça abundeis.” A “graça” aqui se refere especificamente à graça de dar, de contribuir financeiramente para a obra de Deus e para o auxílio aos necessitados. O apóstolo desafia-os a aplicar a mesma intensidade e abundância que demonstravam em outras áreas espirituais na prática da generosidade. Abundar em dar não é apenas uma questão de quantidade, mas de atitude do coração, de transbordar na alegria de ofertar, vendo isso como uma manifestação da graça divina em suas vidas.

A sutileza do apelo é revelada na segunda parte do texto: “Não digo isto como quem manda, mas para provar, mediante o zelo de outros, a sinceridade de vosso amor.” Paulo deixa claro que sua exortação não é uma ordem impositiva, mas um convite à reflexão e à autoavaliação. Ele não deseja que deem por obrigação, mas que a prática da generosidade seja um teste, uma evidência concreta e tangível da autenticidade do seu amor. Observando o exemplo e o zelo de outras igrejas (como a da Macedônia, mencionada no início do capítulo 8), os coríntios poderiam medir a profundidade do seu próprio amor por Cristo e pelo próximo, manifestando-o através da generosidade. A verdadeira abundância espiritual se completa quando ela transborda em atos práticos de amor e serviço.

Oração:

Pai de toda graça, agradeço por todas as formas em que a Tua abundância se manifesta em minha vida, seja na fé, na palavra, no conhecimento ou no amor. Ajuda-me a não reter essas bênçãos, mas a transbordar também na graça de dar e de ser generoso. Que a minha liberalidade não seja por obrigação, mas um reflexo genuíno e sincero do amor que tenho por Ti e pelo meu próximo. Revela-me as áreas onde posso abundar mais em generosidade, e capacita-me a dar com alegria e com um coração disposto, sabendo que toda a provisão vem de Ti. Em nome de Jesus, amém.

Reflexão:

  1. Em quais áreas da sua vida você reconhece que “abunda” espiritualmente? Como você tem usado esses dons?
  2. Como você percebe a relação entre a “sinceridade do amor” e a prática da generosidade em sua própria vida?
  3. Que passo prático você pode dar hoje para “abundar nesta graça” de dar, não por obrigação, mas como uma expressão de amor?