“Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.” 1 João 3:17-18

A fé cristã genuína nunca foi destinada a existir apenas no reino das ideias abstratas ou dos sentimentos piedosos. Nesta passagem incisiva, encontramos um chamado direto para verificarmos a autenticidade de nossa fé através de nossas ações concretas em relação aos necessitados. O apóstolo João estabelece uma conexão inseparável entre o amor a Deus que professamos e o amor ao próximo que demonstramos.

A pergunta retórica colocada é devastadora em sua simplicidade: como podemos afirmar que o amor de Deus habita em nós se, tendo recursos para ajudar, fechamos nosso coração àqueles em necessidade? Os “recursos deste mundo” mencionados não se limitam apenas ao dinheiro, mas incluem todos os bens, talentos, tempo e habilidades com os quais fomos abençoados. Cada recurso que possuímos representa uma oportunidade para manifestarmos o amor de Deus de forma tangível.

O contraste entre amar “de palavra e língua” versus amar “de fato e de verdade” nos confronta com a facilidade com que podemos criar uma religiosidade que soa compassiva mas carece de ação concreta. Palavras de simpatia e promessas de oração têm seu lugar, mas João nos lembra que elas devem ser acompanhadas por ações práticas sempre que possível. A verdadeira compaixão cristã não é medida pela eloquência de nossas expressões verbais, mas pela prontidão de nossas mãos em servir.

Oração:

Pai Celestial, confesso diante de Ti que muitas vezes meu amor tem sido mais de palavras do que de ações. Quantas vezes já passei ao largo de necessidades que eu poderia atender, ignorando o clamor daqueles que sofrem enquanto me agarro aos recursos que Tu me confiaste! Perdoa-me pela dureza de coração que por vezes me impede de ver no rosto dos necessitados o rosto do próprio Cristo. Sensibiliza meus olhos para enxergar as oportunidades de serviço que colocas diariamente em meu caminho, e fortalece minhas mãos para responder com generosidade e sacrifício. Afasta de mim a tentação de amar apenas com palavras bonitas, quando o que meus irmãos precisam são gestos concretos que aliviem sua dor e restaurem sua dignidade.

Espírito Santo, transforma meu coração para que eu reflita cada vez mais o amor sacrificial de Jesus, que não apenas falou sobre compaixão, mas demonstrou-a entregando Sua própria vida. Com gratidão por Teu exemplo perfeito de amor em ação, eu Te agradeço em nome de Jesus, amém.

Reflexão:

1. Quais recursos específicos (materiais, talentos, tempo) você possui que poderiam ser usados para atender às necessidades dos outros?
2. Você já experimentou momentos em que fechou seu coração a alguém necessitado? O que motivou essa atitude?
3. De que maneiras concretas você pode transformar seu amor “de palavra e língua” em amor “de fato e de verdade” na próxima semana?