
“Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos, e sê sábio. Pois ela, não tendo chefe, nem guarda, nem dominador. Prepara no verão o seu pão; na sega ajunta o seu mantimento. O preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu sono? Um pouco a dormir, um pouco a tosquenejar; um pouco a repousar de braços cruzados; Assim sobrevirá a tua pobreza como o meliante, e a tua necessidade como um homem armado.” Provérbios 6:6-11
Este trecho do livro de Provérbios, conhecido por sua sabedoria prática para a vida, é uma admoestação direta contra a preguiça e um convite à diligência. O autor, provavelmente Salomão, usa a formiga como um exemplo notável de labor e previdência, contrastando-a vividamente com a figura do preguiçoso.
A formiga é apresentada como uma mestra de sabedoria natural. Ela trabalha incansavelmente, sem a necessidade de uma autoridade externa (“não tendo chefe, nem guarda, nem dominador”). Sua motivação vem de dentro: a compreensão da necessidade de preparar o futuro. Ela “prepara no verão o seu pão” e “na sega ajunta o seu mantimento”, demonstrando inteligência, esforço contínuo e previsão para os tempos de escassez (inverno). Sua diligência é autônoma e eficaz.
Em contraste, o preguiçoso é confrontado com perguntas retóricas que expõem sua inação: “O preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu sono?”. O texto descreve os hábitos do indolente: “Um pouco a dormir, um pouco a tosquenejar; um pouco a repousar de braços cruzados”. Estas pequenas indulgências, quando acumuladas, resultam em uma paralisia produtiva.
A advertência final é severa e realista. A consequência inevitável da preguiça é a pobreza e a necessidade. Estas não chegam de forma gradual e imperceptível, mas de maneira súbita e avassaladora: “Assim sobrevirá a tua pobreza como o meliante, e a tua necessidade como um homem armado.” O “meliante” (ladrão) e o “homem armado” (salteador) sugerem uma chegada inesperada e violenta, despojando o preguiçoso de tudo o que ele negligenciou em construir ou proteger.
Este provérbio nos ensina sobre a importância da iniciativa, da disciplina, da responsabilidade pessoal e da visão de futuro. Ele nos encoraja a aprender com a natureza, a valorizar o trabalho árduo e a evitar a armadilha da inércia, para que possamos desfrutar dos frutos da nossa diligência.
Oração:
Deus de sabedoria e toda a provisão, eu Te agradeço pela Tua Palavra que me ensina princípios tão práticos e vitais para a minha vida. Reconheço que, por vezes, a preguiça tenta me dominar, o desejo de postergar e a falta de disciplina me impedem de ser produtivo e de usar os talentos que me deste. Peço-Te, Senhor, que me ajudes a aprender com a diligência da formiga. Desperta em mim a sabedoria para planejar, a disciplina para trabalhar sem cessar e a previdência para preparar o futuro. Livra-me da mentalidade de postergação e da inércia que roubam a minha capacidade de prosperar e de Te servir plenamente. Capacita-me a ser um mordomo fiel do meu tempo, dos meus recursos e das minhas habilidades, para que eu possa evitar a pobreza e a necessidade, e para que toda a minha diligência seja para a Tua glória e para o bem do meu próximo. Amém.
Reflexão:
- Quais são as “estações” em sua vida em que você deve “ajuntar seu mantimento” para tempos futuros? (Por exemplo, estudo, finanças, saúde, relacionamentos).
- Você consegue identificar alguma área em sua vida onde a “preguiça” tem se manifestado, talvez em pequenas indulgências que se acumulam?
- Como a imagem da pobreza vindo “como o meliante” ou “como um homem armado” o motiva a agir de forma mais diligente hoje?