Devocional

“Então, uns cuspiram-lhe no rosto e lhe davam murros, e outros o esbofeteavam, dizendo: Profetiza-nos, ó Cristo, quem é que te bateu!” Mateus 26:67-68

Este versículo chocante nos transporta para o cenário sombrio após a prisão de Jesus, durante Seu julgamento perante o sumo sacerdote e o Sinédrio. É um momento de extrema humilhação e sofrimento físico e emocional para o Filho de Deus.

As ações descritas — cuspir no rosto, dar murros e esbofetear — eram gestos de profundo desprezo, escárnio e violência. Eram usados para desumanizar e humilhar a vítima ao máximo. No entanto, o ápice da crueldade reside na zombaria que acompanha a violência: “Profetiza-nos, ó Cristo, quem é que te bateu!”. Essa frase, proferida enquanto provavelmente cobriam Seus olhos, não era apenas um jogo sádico de adivinhação. Era um escárnio direto ao Seu título de “Cristo” (Messias), que significava “Ungido”, e às Suas reivindicações de ser o Filho de Deus e um profeta. Eles O desafiavam a usar o poder divino que Ele alegava ter para revelar Seus agressores, ao mesmo tempo em que negavam Seu poder e Sua autoridade.

Esta passagem revela a profundidade da depravação humana e a rejeição violenta ao Santo de Deus. Mas, mais do que isso, ela demonstra a imensa paciência, humildade e amor de Jesus. Ele, que tinha o poder de chamar legiões de anjos para Sua defesa, suportou silenciosamente essa tortura e humilhação. Ele se permitiu ser ultrajado para cumprir as profecias e, através de Seu sofrimento, abrir o caminho para a nossa salvação. Sua silenciosa e digna paciência diante de tal injúria é um testemunho poderoso de Sua perfeita obediência ao Pai e de Seu amor incondicional pela humanidade.

Oração:

Senhor Jesus, meu coração se entristece ao ler sobre a profundidade do sofrimento e da humilhação que suportaste por amor a mim e à humanidade. Perdoa-me por todas as vezes em que subestimei o preço da minha salvação e por não ter reconhecido a magnitude do Teu sacrifício. Ajuda-me a lembrar que, mesmo em meio à dor e ao escárnio, Tu permaneceste em silêncio, cumprindo a vontade do Pai. Capacita-me a suportar com dignidade as adversidades e as injustiças da vida, sem murmurar, mas confiando na Tua soberania. Que a Tua paciência e humildade sejam meu exemplo, e que eu nunca me esqueça do grande amor que Te levou a suportar tamanha agonia. Que a minha vida seja um louvor ao Teu nome e um testemunho da Tua graça redentora. Amém.

Reflexão:

  1. Como a cena de Jesus suportando o escárnio e a violência o desafia a reagir diante de injustiças ou ofensas pessoais?
  2. Qual o significado de Jesus não usar Seu poder divino para Se defender neste momento? O que isso nos ensina sobre humildade e obediência?
  3. Ao contemplar o sofrimento de Jesus, como isso aprofunda sua compreensão do amor de Deus e do valor da sua salvação?
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